05 de dezembro de 2012, às 09h00min
Por baixa qualidade, Brasil fica em penúltimo lugar em ranking mundial de educação
Realizada pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), a pesquisa apontou que os três melhores colocados são Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong, seguidos por Japão e Cingapura
Um estudo internacional divulgado na última terça-feira (27) coloca o Brasil em penúltimo lugar em um ranking global de educação. O levantamento comparou o desempenho de 40 países, levando em consideração quesitos como notas de provas em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas, feitas por estudantes de cada local entre 2006 e 2010, além de qualidade dos professores e quantidade de alunos que ingressaram na universidade, entre outros.
Realizada pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), a pesquisa apontou que os três melhores colocados são Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong, seguidos por Japão e Cingapura. Em um grupo intermediário estão Alemanha, Estados Unidos e França. Já entre os piores sistemas do mundo figuram, além do Brasil, mais seis países: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia (último colocado no ranking).
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Realizada pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), a pesquisa apontou que os três melhores colocados são Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong, seguidos por Japão e Cingapura. Em um grupo intermediário estão Alemanha, Estados Unidos e França. Já entre os piores sistemas do mundo figuram, além do Brasil, mais seis países: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia (último colocado no ranking).
De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, entre as características comuns às nações situadas no topo desta lista estão a valorização dos seus professores e a prática de uma cultura de boa educação. O estudo comprova que os investimentos financeiros são importantes, mas não mais do que a manutenção de uma verdadeira cultura de aprendizado, que valoriza a educação como um todo. Para isso, é fundamental empregar professores de alta qualidade, pagando bons salários.
Imagem: Thinkstock |
"Obter uma má colocação em mais um ranking de educação reforça que é fundamental nos aproximar das raízes dos problemas do Brasil, que se acumulam desde o início do atendimento educacional. Isso tem a ver com uma vasta gama de fatores, como falta de creches, não democratização do acesso, desvalorização da carreira do professor, baixo investimento público, defasagem dos cursos de pedagogia e desigualdade social", afirma Francisca Paris, pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.
Apesar deste mau resultado, a educadora acredita que fixar as lamentações no termômetro não é o caminho correto, mas, sim, atacar de uma vez a raiz de todos os problemas: a falta de prioridade com que o país sempre tratou a educação básica. "Precisamos, por exemplo, nos perguntar por que nossos governos e sociedade investem tanto no ensino superior, reconhecidamente caro e burocratizado, com um custo anual por aluno que já foi estimado em US$ 15 mil, enquanto crianças e jovens estudam em escolas com péssima infraestrutura, professores mal pagos e sem recursos tecnológicos? Precisamos descobrir por que nossas crianças chegam ao ensino fundamental II com habilidades de leitura tão parcas e saber como qualificar imensas populações de jovens e adultos para um mercado de trabalho que demanda cada vez mais conhecimento", diz.
A pedagoga Francisca Paris ressalta que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola. Só que, apesar de a atividade docente estar cada vez mais complexa e exigente, a carreira tem um estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa. Então, não atrai à profissão os estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a manter-se nas escolas públicas. A carreira recebe pessoas desmotivadas e que, provavelmente, não encontrarão incentivos e sentido no magistério, já que não "escolheram", mas foram social e economicamente "escolhidas" para serem professores.
"A questão da valorização do magistério é essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade. É evidente que apenas oferecer um salário maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, mas é imprescindível que haja políticas de ampliação das remunerações. Isso juntamente com políticas de avaliação externa de docentes, discentes e gestores, que indiquem intervenções técnicas de nossos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da escola pública. O primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência", finaliza a diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, Francisca Paris.
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