quarta-feira, 27 de outubro de 2010

QUADRO POEMAS DO PEDRO: Grãos de Pedras

Grãos de Pedras

Grãos de pedras são pétalas sem fim... Com o cheiro da vida perene fiquei. Com o cheiro da vida, com o cheiro das pétalas, com o cheiro de uma família que há muito tempo eu não mais as vi.
Adquirir o meu medo e os penteados dos meus cabelos brancos, nesse pensionato de dor e corredores longos, de portas abertas eu ali permaneci. Pegajoso não sou! Porém eu quero uma justificativa. Esse cheiro, o cheiro de uma família, o cheiro da vida e os muitíssimos cheiros das pétalas perfumadas. Tudo para mim, tornou-se, meu perfeito equilíbrio e desequilibro do momento, que certamente mim faltava. Por momentos o escuro me dominou e assim, eu vivi com as minhas ilusões das minhas fantasias e os demais grãos de pedras que andam me restavam.
Neste exato momento, chega um petisco e água necessária de uma mão bondosa que certamente não eram as minhas e cuidados calorosos... Ah! eu as contemplavam aquelas mãos e aqueles lindos colares de pérolas enroscados em meu pescoço e nos meus pouquíssimos cabelos brancos que ainda me restavam. Não eram mentiras, tudo eram de verdade e não sonhos passageiros. Aquelas mãos perfumadas eu as beijavam, com muita perfeição e com um total respeito.
Agradeci novamente aquelas mãos limpas e a Deus... E tudo ali continuava; para mim, foi mais um dia periódico de permutações pesarosas e sonhos encantados de ilusões e encontros que permaneceram em meus pensamentos para sempre. Em um corredor comprido de quartos apertados, divididos por muitos que certamente ali se encontravam e conviviam comigo.

Autor: * Pedro Almeida Filho. Em 18/04/ 1997.
OBS:Dedico este poema para todos os velhinhos do mundo inteiro e principalmente para aqueles que no momento se encontram em total abandono e desolado.

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