segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI anuncia que renunciará no dia 28 de fevereiro





IGREJA - 11/02/2013 09h43 - Atualizado em 11/02/2013 10h32
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Papa Bento XVI anuncia que renunciará no dia 28 de fevereiro

O religioso disse que a idade avançada o impede de continuar no posto

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE
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Papa Bento XVI cumprimenta os fiéis durante a missa de quarta-feira no Vaticano (Foto: EFE/ Alessandro Di Meo)
Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11) oficialmente que renuncia ao Pontificado por sua "idade avançada". Ele disse que ficará no posto até 28 de fevereiro, quando será convocada nova eleição. 
Tradicionalmente, os papas ficam no posto até a morte. Mas Bento XVI, que completará 86 anos em abril, disse que lhe falta vigor "tanto do corpo como do espírito" para continuar no cargo, e que tem consciência da "seriedade" do seu ato. O anúncio surpreendeu o mundo, porque, pelo que se sabe, Bento XVI não tem problemas graves de saúde. O irmão dele, Georg Ratzinger, disse à agência AP que o papa estava considerando a renúncia há alguns meses porque sentia dificuldades para andar. Seu médio o advertiu a não fazer viagens transatlânticas e diminuir o ritmo. 
Ele foi eleito em 2005, após a morte de João Paulo II. Com 78 anos, foi o papa mais velho a assumir o posto.
Seguem as palavras de Bento XVI de anúncio de sua renúncia perante o consistório para marcar as datas de canonizações:
"Queridísimos irmãos,
Convoquei-os a este Consistório, não só para as três causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando.
No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Queridísimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.
Vaticano, 10 de fevereiro 2013." 
Direito de renúncia
 A renúncia de um papa está prevista no Código de Direito Canônico, que estabelece que para que seja válida é necessário que seja livre e específica que não precisa ser aceita por ninguém.
"Se o Romano pontífice renunciar a seu ofício, requer-se para a validade que a renúncia seja livre e se manifeste formalmente, mas que não seja aceita por ninguém", estabelece o cânone 332,2 do Código de Direito Canônico, único elemento válido para julgar o tema.
O Código de Direito Canônico ressalta que os dois casos previstos na legislação para a mudança do líder da Igreja são a morte (do papa) ou sua renúncia, e que essa segunda hipótese tem uma peculiaridade: "não se exige que seja aceita por ninguém, dado que (o papa) não tem superior na terra".
Além disso, acrescenta que "uma vez feita e anunciada a renúncia, no modo que for, à Igreja pelo Romano pontífice fica vacante (a sede pontifícia) e não pode voltar com a palavra".
AC

FONTE:http://revistaepoca.globo.com/Mundo/noticia/2013/02/papa-bento-xvi-anuncia-que-renunciara-no-dia-28-de-fevereiro.htm

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