sábado, 24 de agosto de 2013

POEMA DE EDUARDO DE PAULA BARRETO: Algemocracia








UM NOVO SISTEMA

Diante de tanta corrupção
Surge em mim indignação
E vontade de mudar tudo
Sonho que sou um super-herói
Daquele que pega e destrói
Todos os bandidos do mundo.

Vejo o povo andando nas ruas
Transformando as vozes suas
Em ecos do que eu queria gritar
Gritos direcionados aos corruptos
Que rindo se fazem de surdos
E aguardam a manifestação passar.

Vejo a imprensa sem escrúpulos
Defendendo como se fosse escudo
Os criminosos que devia acusar
E chego à triste conclusão
De que os meios de comunicação
São mãos dos que querem nos roubar.

Será que não existe em nossa República
Ninguém que tenha na função pública
O exercício do poder como sacerdócio?
Até quando teremos que conviver
Com a certeza de que ao se eleger
O cidadão assume um balcão de negócios.

Tudo precisa ser urgentemente mudado
Começando pelo meio atualmente utilizado
Para financiar as campanhas eleitorais
Pois quando uma empresa privada
Assume as despesas de quem se candidata
Ela espera receber benefícios especiais.

Assim começa o círculo pernicioso
O candidato recebe apoio indecoroso
E consegue vencer a eleição
Mas logo que assume o cargo
Descobre que tornou-se escravo
Da empresa que lhe estendeu a mão.

Então como poderemos ajudar
A definitivamente mudar
O sistema que permite desmandos?
Quero mais do que as opções
De anular o voto, votar em ladrões
Ou simplesmente votar em branco.

Que criemos um novo sistema
Simbolizado por um par de algemas
Como recado para quem ousar supor
Que ficará impune ao roubar o erário
Uma algema para o corruptor empresário
E outra para o corrupto que ele apoiou.

Eduardo de Paula Barreto

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